Pandemia pode gerar tsunami de cirurgias eletivas no segundo semestre

Pandemia pode gerar tsunami de cirurgias eletivas no segundo semestre

Não realizadas em decorrência da pandemia, cirurgias eletivas devem ser feitas agora, no segundo semestre. Retomada de remarcações pode aumentar a demanda para operadoras de saúde.

A pandemia de Covid-19 provocou diversos impactos ao sistema de saúde, não apenas pelo aumento de demandas relacionadas à infecção pelo novo coronavírus. O adiamento das cirurgias eletivas, por exemplo, foi uma medida cautelosa para a liberação de leitos e recursos para os pacientes com a infecção viral, caso houvesse um crescimento rápido de internações dessa população. A medida, contudo, pode contribuir para um novo problema:  a tsunami de cirurgias eletivas no segundo semestre. Cirurgias represadas no primeiro semestre deste ano, devido a pandemia devem ser retomadas agora, a partir do mês de agosto, o que pode resultar em aumento da demanda e de recursos para as operadoras de saúde. 

Em nota publicada em abril desse ano, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) recomendou a suspensão dos procedimentos não urgentes, aqueles que poderiam ser realizados posteriormente sem prejuízo para a saúde dos pacientes. No início de junho o órgão publicou outra nota autorizando a retomada, mas muitos pacientes optaram por não realizarem seus procedimentos por receio de contaminação pelo novo coronavírus no ambiente hospitalar. 

A ANS reforçou que a realização dos procedimentos não estava proibida, mas recomendava maior atenção dos gestores quanto ao possível aumento de demanda causada pelo aumento de casos de Covid-19 em todo o país. Ainda no mês de maio a medida foi revogada e os hospitais puderam realizar o desbloqueio de suas agendas. Na teoria, as cirurgias poderiam ser realizadas, mas na prática isso não aconteceu. O receio de serem expostos a um ambiente hospitalar durante a pandemia fez com que os próprios pacientes optassem por não realizarem as cirurgias naquele momento. 

Operadoras em estado de alerta!

A conjuntura é motivo para que gestores e operadoras de saúde de todo o Brasil entrem em estado de alerta a fim de procurar medidas para solucionar a situação. Se no primeiro momento a preocupação era a de deixar os leitos livres apenas os atendimentos emergenciais, agora a preocupação é em fazer a gestão dos atendimentos e distribuir os procedimentos a serem realizados nos próximos meses.  

E é esse o principal desafio para o restante do ano, principalmente nas cidades onde o pico da curva que indica o ápice dos casos de Covid-19 foi alcançado recentemente. De acordo com Daniel Mazzo, gerente de auditoria médica da Unimed de São José do Rio Preto, em São Paulo, a operadora viveu duas ondas de recuo em relação às cirurgias eletivas. A primeira, pelo receio dos pacientes em se contaminar no ambiente hospitalar e a segunda pela baixa do número de leitos disponíveis, resultado do aumento significativo dos casos. “Temos uma rede muito boa, com 1.500 cooperados e seis hospitais credenciados, contudo essa situação é nova para todos. Ainda não sabemos a quantidade de represados, mas há um limite que precisa ser considerado”, disse o gestor ressaltando que nunca houve problema semelhante no que diz respeito à marcação de eletivas. 

Como Operadoras de saúde podem se organizar ao enfrentar uma tsunami de eletivas

A retomada das cirurgias eletivas e regulação do sistema ainda este ano é o intuito tanto das operadoras quanto dos pacientes que não puderam realizar os procedimentos no primeiro semestre. Porém, a resolutividade da questão vai depender, prioritariamente, do cenário apresentado nos próximos meses.

Para Daniel Mazzo, a percepção no momento é de um retorno gradual das cirurgias eletivas ao longo dos próximos meses ou até mesmo no ano seguinte. “Acreditamos que haverá uma autorregularão do sistema, em que o próprio médico e o paciente irão acordar o melhor momento para a realização da cirurgia e todos os procedimentos a serem realizadas antes da intervenção”, afirma. 

Ainda de acordo com Mazzo, a regulação na gestão da saúde no que diz respeito ao represamento de exames complementares pode contribuir para uma retomada com menor impacto e maior assertividade. “A realização de exames complementares desnecessários ou que porventura já tenham sido realizados podem ser dispensados para a otimização e melhor aproveitamento dos recursos. Nesse sentido a hCentrix  vai nos ajudar a monitorar esses pacientes e identificar, por meio do histórico de cada um deles, qual a melhor decisão a ser tomada”, completa. 

Recursos para a gestão de saúde populacional podem ajudar na identificação e monitoramento dos casos, ajudar a prever cenários e desenvolver estratégias para reduzir impactos na sua operadora de saúde. Conheça a hCentrix.

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