A automação de processos na saúde e uso de Inteligência Artificial vai substituir o médico?

A automação de processos na saúde e uso de Inteligência Artificial vai substituir o médico?

Saiba porque existe esse receio e porque esse pensamento já está ultrapassado.

A tecnologia vai substituir o profissional de saúde? Com a evolução da automação e uso da inteligência artificial, o papel de alguns profissionais da área, incluindo o médico, fica cada vez mais dispensável, certo? Errado! Mesmo com o surgimento de novas soluções cada vez mais automáticas e assertivas é inegável que a presença e atuação do médico continuarão sendo imprescindíveis para o Sistema de Saúde. Então, por que há tanto receio de que isso, de fato, aconteça algum dia? 

Para responder a essa questão vamos primeiro identificar a raiz do problema. O medo de ser substituído pela máquina ou por uma nova tecnologia é um medo antigo do ser humano e não surgiu da noite para o dia. Durante a revolução industrial, no século XVIII, o receio de perder postos de trabalho foi intensificado quando os processos de produção manufaturados foram substituídos pelo sistema mecanizado. 

A substituição da mão de obra humana pela tecnologia é um processo inevitável?

De certa forma, sim. A julgar pelo que aconteceu na revolução industrial, alguns pontos de trabalho e funções foram definitivamente substituídos pelo uso das máquinas. Mais ágeis e mais lucrativas, as máquinas foram apresentadas como um importante recurso tecnológico que promovia economia de recursos, maior velocidade nos processos e, é claro, menor possibilidade de apresentarem algum problema ou condição que pudessem causar a interrupção repentina das atividades.   

No entanto, esses fatores não devem ser os únicos a serem considerados quando o assunto é a substituição da mão de obra pelas novas tecnologias. Há de se considerar que a criação, condução e apoio aos novos recursos tecnológicos são feitos por humanos, o que por si só acaba impulsionando a necessidade da mão de obra em outras esferas e gerando, consequentemente, outros trabalhos e perfis profissionais. É certo que avanços tecnológicos trazem mudanças, às vezes dramáticas, na forma como trabalhamos – tanto para melhor como para pior: os artesãos que faziam seu ofício com maestria e capricho, a exemplo disso, viram seu modelo de trabalho e de vida totalmente transformado com a 1ª revolução industrial. Por outro lado, os trabalhadores administrativos e executivos conseguiram melhorar muito seu desempenho com os computadores pessoais e a internet na década de 90. 

Automação na saúde e medicina de precisão. E, agora Doutor?

Assim como em outras áreas e categorias profissionais, o receio de ter a mão de obra substituída pelo uso de tecnologias cada vez mais modernas e precisas também existe na saúde. Para o CEO da hCentrix, Fábio Abreu, o processo de buscar ‘fazer melhor e com mais eficiência’ (produtividade com qualidade) está na essência da natureza humana e essa é a função última da tecnologia. No entanto, particularmente na saúde, estamos vivendo um momento em que a tecnologia está e continuará impactando muito na atividade do profissional da saúde. Atualmente o profissional está recebendo simultaneamente impactos de várias frentes: genética em seus diversos ramos, Inteligência Artificial, internet de alta velocidade, telemedicina, robótica, impressão 3D, wearables / IoT, sendo essas apenas as principais.

Clayton Christensen em seu livro ‘Inovação na Gestão da Saúde’  propõe que a medicina deve se dividir em três níveis, o primeiro, a medicina de precisão, onde a tecnologia permite o diagnóstico preciso e possui um protocolo exato de tratamento, no segundo nível onde a tecnologia permite estabelecer processos altamente consistentes de diagnóstico e tratamento a ser executado pelo profissional de saúde e no terceiro nível, onde é necessário o médico, pois necessita a interpretação do caso e construção de hipóteses diagnósticas.   “À medida que a tecnologia vai se aprimorando, vamos tendo mais recursos e maior precisão no diagnóstico e no cuidado aos pacientes. Essa precisão vai permitindo, por exemplo, avaliações cada vez mais precisas, por isso o termo medicina de precisão. No entanto, a presença do profissional de saúde continua necessária nas avaliações de segundo nível, ou seja, avaliar as informações geradas pela tecnologia  e fazer as análises complementares. Mesmo com a automação no terceiro nível, já é possível com as tecnologias disponíveis apoiar a análise e  decisão sobre a condição de saúde do paciente ao médico especialista para que ele possa chegar mais facilmente ao diagnóstico e indicar as melhores opções de tratamento”, disse. 

Como a tecnologia vai transformar o trabalho do médico? 

Temos de deixar claro que a tecnologia sempre vai tornar o trabalho do médico melhor e com mais eficiência.  Porém, ele será diferente.  De  acordo com o CEO da hCentrix, o médico deverá dedicar mais tempo com a  coordenação de tratamento do que “cuidar” do paciente.  A combinação do impacto da tecnologia e a do perfil epidemiológico (predominância crescente de doenças crônicas), onde o cuidado passa ser cada vez mais de longo prazo e executado por equipes multiprofissionais que interagem em real time e a distância, graças aos avanços tecnológicos.  Outro impacto esperado é sua atuação ser cada vez mais por meio digital onde seu relacionamento com os pacientes, outros profissionais e instituições de saúde será feito por intermédio de tecnologias de telessaúde.  Por fim, essa “carga tecnológica” e a necessidade de maior interatividade, necessita que o médico desenvolva cada vez mais sua empatia (principalmente com o paciente) e técnicas de análise de contextos para garantir a qualidade de suas decisões. No futuro, provavelmente o médico poderá, por exemplo, estar ligado aos centros de excelência ou auxiliando a distância usando as tecnologias para isso.  

Se por um lado a atividade profissional na saúde deve transforma-se significativamente, a área da saúde continuará sendo uma das áreas que mais cresce na utilização de mão de obra no mundo e a projeção é que assim permaneça por muitos anos”, afirma Abreu.

Automação na Saúde e impactos na linha de frente

Para Abreu, a otimização e automação de processos existe há muito tempo, mas quando se agregou inteligência artificial (IA) em tempo real, um fator novo e importante surgiu. “A inteligência artificial em tempo real otimizando, apoiando as decisões e ampliando a automação faz toda a diferença, principalmente para a saúde, na relação médico-paciente, no processo de diagnóstico e definição da conduta e na gestão da saúde de populações, como no caso dos planos de saúde e os municípios (como já acontece em algumas cidades da Europa durante essa pandemia da Covid-19). O sistema de saúde ganha uma aliada para ajudá-lo a ser mais assertivo e mais consistente”, afirma.

Ainda de acordo com o CEO da hCentrix, a possibilidade das análises em tempo real (real time) pode otimizar e aperfeiçoar todo o processo. “Hoje sabemos que não adianta automatizar com inteligência se essa inteligência não estiver disponível em tempo real (real time).  A combinação de Inteligência Artificial (IA), automatização e Real Time é essencial para que a automação chegue ao novo aparato para os processos da saúde que a tecnologia está trazendo. Estamos vivendo uma revolução muito importante na Saúde e a hCentrix está nesse processo atuando com essas frentes que visam contribuir com o trabalho do profissional de saúde e apoiá-lo em suas decisões clínicas ou de gestão, conclui. 

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